quarta-feira, 1 de julho de 2009

Tal pai, tal filho


Desde a infância, em meados dos anos 20, Mário Filho e seus irmãos Milton e Nelson Rodrigues já trabalhavam como jornalistas em "A MANHÃ" (o primeiro jornal dirigido pelo influente jornalista Mário Rodrigues). "A MANHÃ" fazia a cobertura nacional de política, onde apoiava líderes políticos e claro, deturpava seus opositores.
Depois de "A MANHÃ", Mário Rodrigues tornou-se proprietário de um novo veículo impresso, sendo ele o mais influente e sensacionalista que os Rodrigues já tiveram, "CRÍTICA".
Em "CRÍTICA" Mário Filho tinha a função de Diretor-Tesoureiro, onde todos redatores, repórteres, secretários e editores, tinham que tratarem-o bem, pois todos os vales e sálarios para serem depositados, dependiam exclusivamente de Mário Filho.
O que mostrou coragem e intrepidez em Mário Filho, fora os intermináveis momentos de crise que sua família passará, após o falecimento de seu pai Mario Rodrigues. O jovem jornalista aos 21 anos de idade, ficou encarregado de manter próspero e inabalável o trabalho que seu pai havia deixado.
Mas, como o péríodo era de uma ininterrupta seca, "CRÍTICA" fora empastelada e mais uma vez, os Rodrigues perderam sua principal fonte de renda e ficaram sem ampáro algum. Esses tempos de baixa em que os Rodrigues foram sujeitados a viver, foram difíceis e em alguns momentos cruéis. Mudaram-se do palácio onde viviam e na nova e humilde casa faltava-lhes até o pão. E a cena mais constante que se via era a das dispensas sempre vázias.
Apesar dos obstáculos Mário Filho, Milton, Nelson e Joffre não abaixaram a cabeça para as circunstâncias sob as quais naquele momento viviam, não aceitaram outro tipo de emprego, mesmo precisando desesperadamente de dinheiro, afinal, era o sustento da família em jogo. O fato é que queriam ser jornalistas e trabalhar em jornal.
Após dias e dias de procura, os jovens e desamparados filhos de Mário Rodrigues, conheceram o então poderoso Roberto Marinho, de família rica e obtentora do principal veículo de comunicação do Rio de Janeiro "O GLOBO". Após um período de testes, Roberto Marinho contratou Mario Filho e Nelson Rodrigues para trabalharem consigo. Os irmãos Milton e Joffre também se arrumaram, conseguiram emprego em outros jornais da cidade.
Se tornar jornalista de "O GLOBO" fora a aportunidade que Mário Filho precisou para mostrar o seu valor. Mário Filho simplesmente revolucionou o segmento de esportes no meio jornalístico da época. Redijia matérias inéditas, completas e interessantes sobre a vida dos grandes clubes cariocas como o Flamengo, Fluminense e Vasco. Essas matérias repercutia de tal forma na vida da população carioca que lhes causavam paixão pelos times de coração, com a composição de cânticos, gritos de guerra e toda organização da torcida uniformizada. O jornalista também participou da discussão dos anos 30, a de profissionalizar ou não o futebol brasileiro. Mário promovia eventos de novas modalidades esportivas para a época, como o jiu jitsu e teve o papel decisivo na idealização dos campeonatos que futuramente ocorreriam no Brasil.
Assim como o pai, o filho identicamente mostrou competência, inteligência e talento para a execusão da profissão. O filho tornou-se assiduamente formador de opinião, intelectual e revolucionário no meio em que o preconceito reinara a bastante tempo. Mário Filho democratizou o futebol brasileiro e atráves dele a cobertura jornalística esportiva deixara de ser a área mais banalizada dentro das redações, para se transfomar em um dos segmentos mais concorridos do mecado mundial.

Um comentário:

  1. Grande Mário Filho!
    Mas você já sabe que o gênio dessa família tinha outro nome. Nome que até hoje é consagrado e consultado!

    Beijos :)

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